Sindicato aciona Ministério Público para investigar denúncias de assédio eleitoral na empresa Vetro Plásticos, em São Carlos (SP)

Empresa estaria ameaçando demitir trabalhadores que não votarem em Bolsonaro, em prática de coação eleitoral, que é crime; Sindicato planeja ato na porta da fábrica

denuncia certa

O Sindicato dos Vidreiros de São Paulo recebeu denúncias de que trabalhadores estariam sendo ameaçados caso não votem em Jair Bolsonaro no segundo turno das eleições presidenciais. A coação estaria sendo praticadas pelos donos da empresa Vetro Plásticos, localizada em Ibaté, na região de São Carlos, no interior de São Paulo.

De acordo com as denúncias, os empresários têm realizado reuniões semanais com os empregados, onde alertam que, caso Bolsonaro perca a eleição, a empresa terá as atividades encerradas e todos ficarão desempregados.

Nos encontros de caráter político, os trabalhadores se submetem a uma espécie de terrorismo emocional, em que são ameaçados a perderem o emprego se o candidato não for reeleito. Além disso, muitas fake news são compartilhadas e os funcionários saem com a missão de conseguir votos entre seus familiares. A Vetro possui cerca de 150 empregados.

A Secretaria Jurídica do Sindicato já acionou o Ministério Público do Trabalho (MPT), que notificou a empresa para apresentar explicações sobre os fatos alegados nas denúncias. A Vetro tem um prazo de sete dias, contados a partir da última terça-feira, 11 de outubro, para responder.

Para os próximos dias, o Sindicato também pretende organizar uma manifestação na frente da fábrica com a participação de outros sindicatos e movimentos sociais da região.

Coação eleitoral é crime!

No segundo turno destas eleições, explodiram os casos de denúncias no Ministério Público do Trabalho sobre assédio eleitoral envolvendo empresas. Diante disso, o MPT divulgou uma nota técnica orientando os procuradores sobre os procedimentos a serem tomados. Um grupo de trabalho de emergência também foi criado para agilizar as respostas aos casos que surgirem.

Desde a semana passada, várias empresas estão sendo obrigadas a se retratarem com pedidos de desculpas, além de receberem multas altíssimas e tendo de pagar indenização aos trabalhadores coagidos. Em todos os casos que se tornaram públicos, os patrões exigem ou tentam comprar o voto em Bolsonaro.

O Sindicato lembra que o voto é secreto e nenhuma empresa pode promover manifestações políticas internamente, seja por meio de ameaças ou na distribuição de folhetos ou uso de camisetas. No dia da eleição, também é garantido o direito de todos irem votar, não podendo a empresa segurar o trabalhador o dia todo. Caso você esteja passando por situação semelhante no seu local de trabalho, entre em contato por meio do e-mail Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.. Sua identidade será mantida em sigilo. Caso seja de outra categoria, o PortalCUT oferece um canal para registro dos casos. Acesse aqui.