Jair Bolsonaro

  • O alerta é de Rosangela Buzanelli, trabalhadora e integrante do conselho de administração da Petrobras

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    FOTO: ANDRÉ MOTTA DE SOUZA / AGÊNCIA PETROBRAS

    A alta nos preços dos combustíveis no Brasil tem levado o presidente Jair Bolsonaro (PL) a reclamar da Petrobras publicamente. Ele já afirmou que o lucro da estatal é um “estupro” e que a companhia está “arrancando dinheiro do povo” ao vender gasolina, diesel e gás de cozinha a valores tão altos no mercado nacional. Todas essas demonstrações de insatisfação, entretanto, não passam de uma encenação de Bolsonaro, segundo a geóloga Rosangela Buzanelli, funcionária e integrante do conselho de administração da Petrobras.

    O conselho define os principais rumos da estatal. É ele quem determina, por exemplo, a política de preços da companhia. Buzanelli representa os trabalhadores da Petrobras neste fórum desde 2020. Em entrevista ao Brasil de Fato, ela afirmou que, apesar das reclamações, Bolsonaro nunca agiu para mudar os preços praticados pela companhia.

    Segundo Buzanelli, Bolsonaro discursa, na verdade, para desestabilizar a empresa. Faz isso, inclusive, com um objetivo claro: vender a estatal. “Bolsonaro troca pessoas, mas as novas continuam defendendo a mesma política de preços”, afirmou. “Isso está orquestrado. Toda essa campanha que o Bolsonaro faz contra a Petrobras é no sentido de culpá-la pelo preço alto, de cooptar a opinião popular para apoiar essa privatização”, explicou.

    Leia mais os principais trechos da entrevista:

    O presidente Bolsonaro indicou em maio Caio Paes de Andrade à presidência da Petrobras. Caso ele assuma a chefia da estatal, será o quarto a dirigir a empresa durante a gestão Bolsonaro. O terceiro só neste ano. O que motiva tantas mudanças e como elas afetam a empresa?

    Isso é muito ruim. A Petrobras é novamente alvo da mídia por conta dessa confusão e por conta dos altos preços dos combustíveis. Nós que trabalhamos na empresa ficamos sob extrema instabilidade. O presidente Bolsonaro troca presidentes com alguns objetivos: primeiro, ele agrada seus eleitores demonstrando uma insatisfação com o preço da gasolina e do diesel; depois, ele tenta eximir sua responsabilidade pelos preços – mas, se ele realmente quisesse mudar, os preços seriam mudados; por último, ele coloca a população contra a empresa. Aliás, ele tem sido efetivo em colocar a população contra a empresa porque o apoio à privatização da Petrobras tem crescido nas pesquisas.

    No fim das contas, tudo isso visa mesmo privatizar a Petrobras com um discurso que a gente já conhece. É o mesmo discurso dos que disseram que a reforma Trabalhista iria gerar mais emprego e que a Reforma da Previdência melhoraria a economia. É o discurso de que privatizar barateia. Acontece que há fatos e dados que comprovam o contrário.

    A gasolina e o diesel estão custando em torno de R$ 7. Esses valores são recordes. Desde de que Bolsonaro assumiu o governo, em 2019, o preço dos combustíveis quase dobrou. Por que o combustível está tão caro?

    Isso é resultado de uma política de preços definida pelo governo federal em 2016, após o golpe contra a ex-presidenta Dilma Rousseff (PT). Por essa política, a Petrobras cobra pelo combustível vendido ao brasileiro como se tudo fosse importado, como se fôssemos um país completamente dependente – mas não somos. A Petrobras exporta petróleo cru e importa uma parcela dos derivados que nós precisamos. Isso é cerca de 20% da nossa necessidade. Acontece que todos esses derivados são cobrados como se nós importássemos 100%.

    Antes de 2016, nós tínhamos o preço internacional como uma referência. Nosso custo de produção e de refino de combustível no Brasil é muitíssimo mais baixo do que o preço internacional. A gente diluía esse preço mais baixo no preço mais alto do combustível importado. Tinha um preço, no geral, mais baixo. Só que isso mudou.

    Clique aqui e confira a entrevista completa publicada no site do Brasil de Fato, em reportagem de Vinicius Konchinski

  • Ministro da Economia, que é contra pobre comer picanha e tomar cerveja, diz que, caso Bolsonaro seja reeleito, governo vai mudar índice de inflação que corrige os salários, para congelar valor

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    Nem picanha, nem cerveja, como o ministro da Economia, Paulo Guedes, quer que os brasileiros mais pobres vivam para sempre. Esse é o plano do governo de Jair Bolsonaro (PL), caso ele seja reeleito presidente da República, no próximo dia 30.

    O trabalhador, a trabalhadora e os aposentados e pensionistas que ganham um salário mínimo por mês e já estão sofrendo o aperto provocado pela decisão do governo Bolsonaro de acabar com a Política de Valorização do Salário Mínimo criada pelos governos do PT,  receberam outra péssima notícia nesta quinta-feira (20).

    O governo Bolsonaro prepara mais um ataque: o congelamento do valor do salário mínimo a partir do ano que vem. Foi isso o que disse Paulo Guedes, que já zombou várias vezes do sonho dos pobres de voltar a tomar cerveja e fazer um churrasquinho nos fins de semana, como faziam quando Lula (PT) era presidente do Brasil.

    Segundo Guedes, o governo vai apresentar logo após o resultado do segundo turno das eleições, no próximo dia 30, uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) para que os salários, aposentadorias e benefícios, como, por exemplo, o seguro desemprego, sejam congelados, ou seja, não tenham sequer a reposição da inflação, o que derrubará ainda mais o poder de compra de milhões de brasileiros e brasileiras que, hoje, já têm dificuldades até para comprar comida. A revelação é do jornal Folha de São Paulo, que teve acesso ao texto da proposta de Guedes.

    Numa época em que o grupo alimentação e bebidas acumula inflação de 9,54% no ano, de janeiro a setembro - na maior alta para os nove primeiros meses do ano, desde 1994 - os reajustes dos salários praticamente congelados podem levar à mais fome. Hoje metade da população brasileira, 125 milhões de pessoas não comem as três refeições diárias necessárias para manter uma boa saúde. Outros 33,1 milhões passam literalmente fome.

    A estratégia do governo federal para congelar os salários

    Para praticamente zerar os reajustes, o governo Bolsonaro quer mudar o índice que calcula a inflação. A ideia de Guedes é passar a usar o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), utilizado para famílias que ganham até 40 salários mínimos, que costuma ser menor do que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), este último usado para calcular os reajustes do salário mínimo, aposentadorias, pensões e benefícios, que sempre é maior.

    Para se ter uma ideia da dimensão da mudança, o INPC de 2021 teve alta de 10,16%, percentual usado na atualização do salário mínimo para R$ 1.212. Caso apenas a meta de inflação de 2022 fosse aplicada, a elevação seria de 3,5%. Se a opção fosse pela expectativa do início do ano para o IPCA em 2022, o reajuste seria de 5,03%, exemplificou o jornal.

    Caso isso aconteça os prejuízos para os trabalhadores e beneficiários da Previdência Social serão enormes, diz Clemente Ganz Lúcio, assessor das Centrais Sindicais e ex-diretor técnico do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese). 

    70% dos trabalhadores ganham até dois salários mínimos e, se congelar o valor ou reajustar abaixo da inflação, vai haver menor crescimento, deprime 2/3 da base econômica do país, trazendo apenas mais pobreza e desigualdade. Esse arrocho é uma tragédia.
    - Clemente Ganz Lúcio

    “O que Guedes quer é o arrocho do aposentadoria e salários para manter o teto de gastos públicos, reduzindo os gastos do governo, que não teve capacidade de fazer uma reforma tributária para que os ricos paguem mais impostos, e que já cortou tudo o que podia, especialmente, das áreas da saúde e educação, com um brutal desinvestimento”, complementa.

    O Teto de Gastos Públicos foi criado por uma PEC em 2016 pelo governo golpista de Michel Temer, que congelou os investimentos por 20 anos. Isto quer dizer que o governo não pode investir nenhum centavo acima da inflação.

    “O que em tese, seria benéfico para manter o equilíbrio das contas públicas, num país como o Brasil com alta taxa de juros, só beneficia os rentistas, é um custo perverso e brutal de transferência de renda dos assalariados para os rentistas”, afirma.

    Com Lula, é picanha e cerveja

    Ao contrário de Bolsonaro, que pelo quarto ano consecutivo não dá reajuste do mínimo acima da inflação, o governo Lula criou a Política de Valorização do Salário Mínimo, que aumentou a renda de trabalhadores e aposentados em acima de 75%. O sucesso dessa política, colocou mais dinheiro na economia e ainda ajudou na criação de 20 milhões de novos empregos com carteira assinada.

    Candidato que está na liderança das pesquisas de intenções de voto para este segundo turno, o ex-presidente Lula sempre defendeu que os trabalhadores e trabalhadoras devem ter reajustes decentes para que possam voltar a comer seu churrasco e beber a sua cervejinha; e não apenas isso, com a volta do poder de compra a fome pode ser combatida.

    Já em março do ano passado, logo após ter sido inocentado pelo Supremo Tribunal Federal, das acusações feitas na Operação Lava Jato, comandada ilegalmente pelo ex-juiz Sérgio Moro, aliado de Bolsonaro, Lula deu entrevista e já falava que sua felicidade era ver o povo comendo picanha e tomando cerveja. Essa declaração continua sendo tem sido feita em diversos comícios e entrevistas de Lula que costuma dizer: “se preparem porque vamos voltar a fazer nosso churrasquinho no nosso final de semana com uma cervejinha gelada”. 

    Notícia produzida por Rosely Rocha para o PortalCUT

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    Roda de conversa celebrou o Mês Internacional de Luta das Mulheres e teve as presenças da vereadora Ana Nice (PT-SBC) e da vice-presidenta do PT em São Bernardo, Iara Bento

    Para refletir e celebrar a data, a subsede no ABC do Sindicato dos Vidreiros realizou, em 11 de março, uma roda de conversa para discutir o papel da mulher na sociedade, a luta por direitos no mundo do trabalho e a participação feminina na política.

    A atividade foi realizada em dois períodos para que companheiras de diferentes turnos de trabalho pudessem participar. Na roda de conversa da manhã, a convidada foi a vereadora de São Bernardo do Campo, Ana Nice (PT), que falou, entre outros assuntos, sobre a presença de mulheres nos espaços de poder, que ainda é muito baixo.

    Já na parte da tarde, o debate foi conduzido pela vice-presidenta do diretório municipal do PT de São Bernardo do Campo, Iara Bento. A dirigente falou sobre o assédio e a violência enfrentada pelas mulheres no país, tanto no mundo do trabalho como nos demais espaços da sociedade, inclusive, dentro da própria casa.

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    Dados da última pesquisa “Visível e Invisível: a vitimização de mulheres no Brasil”, do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, mostram que uma em cada quatro mulheres acima de 16 anos diz ter sofrido algum tipo de violência ou agressão em 2020. E praticamente metade dos casos ocorreu dentro de casa, com 73% dos agressores sendo próximos da vítima, como maridos e namorados.

    As duas convidadas reforçaram sobre a necessidade de aumentar a participação das mulheres nos espaços políticos. Apesar de ser maioria no país – 52%, de acordo com o IBGE, a população feminina sequer alcança um terço dos cargos de poder. Nas eleições de 2018, somente 16% das candidaturas eleitas no Brasil eram mulheres.

    As participantes pontuaram que, nas eleições deste ano, é preciso não somente garantir a ampliação da representatividade feminina, mas cobrar das candidaturas masculinas o compromisso com a pauta de gênero.

    Também foi consenso que para a Presidência da República, somente o retorno de um mandato democrático e popular fará com que o país avance em políticas públicas de fortalecimento das mulheres, já que o governo de Jair Bolsonaro (PL) retrocedeu nas políticas desse campo. Em 2022, o orçamento da área sofreu um corte de 33% em relação a 2021, ano em que já havia tido uma redução nos investimentos, prejudicando ações de enfrentamento à violência de gênero e enfraquecimento da rede de apoio e acolhimento às mulheres.

    Junto com a CUT (Central Única dos Trabalhadores), o Sindicato também cobra que o governo brasileiro adote imediatamente a Convenção 190 da Organização Internacional do Trabalho (OIT), que define padrões legais e éticos para combater todo tipo de violência e assédio nos locais de trabalho. Essa medida irá reduzir o número de casos de ataques às mulheres, ajudando a reparar parte da desigualdade que elas sofrem no mundo do trabalho, como o salário menor em relação aos homens, mesmo exercendo a mesma função.

    Na categoria vidreira, por exemplo, as mulheres ganham 20% a menos do que os homens. O salário médio da mulher vidreira, no final de 2019, foi de aproximadamente R$ 2.600,00, enquanto que o salário de um homem vidreiro foi de R$ 3.225,00.

    Denuncie!

    Caso você, mulher, esteja vivendo ou conhece alguma companheira vivendo numa situação de violência, faça a denúncia ligando no Disque 180 ou na Polícia 190. Existe uma rede de apoio que irá ajudar a sair desse relacionamento abusivo e perigoso. Se sofreu abuso ou assédio no trabalho, procure o nosso Sindicato para fazer a denúncia. Estamos ao seu lado! 

    Confira a transmissão da atividade com a participação da vereadora Ana Nice (PT-SBC):

    Confira a transmissão da atividade com a participação da vice-presidenta do PT-SBC Iara Bento: