Em encontro no Sindicato, mulheres discutem direitos no trabalho e participação na política

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Roda de conversa celebrou o Mês Internacional de Luta das Mulheres e teve as presenças da vereadora Ana Nice (PT-SBC) e da vice-presidenta do PT em São Bernardo, Iara Bento

Para refletir e celebrar a data, a subsede no ABC do Sindicato dos Vidreiros realizou, em 11 de março, uma roda de conversa para discutir o papel da mulher na sociedade, a luta por direitos no mundo do trabalho e a participação feminina na política.

A atividade foi realizada em dois períodos para que companheiras de diferentes turnos de trabalho pudessem participar. Na roda de conversa da manhã, a convidada foi a vereadora de São Bernardo do Campo, Ana Nice (PT), que falou, entre outros assuntos, sobre a presença de mulheres nos espaços de poder, que ainda é muito baixo.

Já na parte da tarde, o debate foi conduzido pela vice-presidenta do diretório municipal do PT de São Bernardo do Campo, Iara Bento. A dirigente falou sobre o assédio e a violência enfrentada pelas mulheres no país, tanto no mundo do trabalho como nos demais espaços da sociedade, inclusive, dentro da própria casa.

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Dados da última pesquisa “Visível e Invisível: a vitimização de mulheres no Brasil”, do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, mostram que uma em cada quatro mulheres acima de 16 anos diz ter sofrido algum tipo de violência ou agressão em 2020. E praticamente metade dos casos ocorreu dentro de casa, com 73% dos agressores sendo próximos da vítima, como maridos e namorados.

As duas convidadas reforçaram sobre a necessidade de aumentar a participação das mulheres nos espaços políticos. Apesar de ser maioria no país – 52%, de acordo com o IBGE, a população feminina sequer alcança um terço dos cargos de poder. Nas eleições de 2018, somente 16% das candidaturas eleitas no Brasil eram mulheres.

As participantes pontuaram que, nas eleições deste ano, é preciso não somente garantir a ampliação da representatividade feminina, mas cobrar das candidaturas masculinas o compromisso com a pauta de gênero.

Também foi consenso que para a Presidência da República, somente o retorno de um mandato democrático e popular fará com que o país avance em políticas públicas de fortalecimento das mulheres, já que o governo de Jair Bolsonaro (PL) retrocedeu nas políticas desse campo. Em 2022, o orçamento da área sofreu um corte de 33% em relação a 2021, ano em que já havia tido uma redução nos investimentos, prejudicando ações de enfrentamento à violência de gênero e enfraquecimento da rede de apoio e acolhimento às mulheres.

Junto com a CUT (Central Única dos Trabalhadores), o Sindicato também cobra que o governo brasileiro adote imediatamente a Convenção 190 da Organização Internacional do Trabalho (OIT), que define padrões legais e éticos para combater todo tipo de violência e assédio nos locais de trabalho. Essa medida irá reduzir o número de casos de ataques às mulheres, ajudando a reparar parte da desigualdade que elas sofrem no mundo do trabalho, como o salário menor em relação aos homens, mesmo exercendo a mesma função.

Na categoria vidreira, por exemplo, as mulheres ganham 20% a menos do que os homens. O salário médio da mulher vidreira, no final de 2019, foi de aproximadamente R$ 2.600,00, enquanto que o salário de um homem vidreiro foi de R$ 3.225,00.

Denuncie!

Caso você, mulher, esteja vivendo ou conhece alguma companheira vivendo numa situação de violência, faça a denúncia ligando no Disque 180 ou na Polícia 190. Existe uma rede de apoio que irá ajudar a sair desse relacionamento abusivo e perigoso. Se sofreu abuso ou assédio no trabalho, procure o nosso Sindicato para fazer a denúncia. Estamos ao seu lado! 

Confira a transmissão da atividade com a participação da vereadora Ana Nice (PT-SBC):

Confira a transmissão da atividade com a participação da vice-presidenta do PT-SBC Iara Bento: