Na madrugada desta terça, 11, a Nadir, empresa de vidros localizada em Suzano, no interior de São Paulo, desrespeitou a lei ao promover prática antissindical, quando impediu os trabalhadores de se reunirem em assembleia na porta da fábrica. O Sindicato dos Vidreiros iria discutir as pautas da Campanha Salarial da categoria, fundamental para decidir sobre direitos e propostas de ajustes em benefícios e salários.
Ciente da organização desta terça, que havia sido publicada em edital, a empresa passou a coagir os funcionários com ameaças e intimidações, chamando inclusive a polícia para a porta da fábrica.
Mesmo com as viaturas espalhadas no entorno da empresa, a direção do Sindicato chegou ao local às 4h da manhã, resistindo à opressão em curso. No entanto, os trabalhadores e as trabalhadoras não se sentiram seguros em permanecer nas ruas.
Há alguns anos, a Nadir está entre as empresas do ramo com as piores condições de trabalho, tendo os mais baixos salários, vale-alimentação com reajustes que não acompanham a inflação e PLR desigual entre homens e mulheres. São raras as vezes que os representantes da companhia aceitam se reunir com o Sindicato e, quando o fazem, é somente para comunicar sobre decisões que já tomaram.
O Brasil é signatário de tratados internacionais que dão garantias aos trabalhadores de se organizarem em sindicatos, representantes legais de seus direitos. Dessa forma, as empresas não podem promover ações que impeçam filiações, assembleias e até mesmo greve de funcionários em acordo com o Sindicato. Se ocorrer impedimento, como no caso da Nadir, a empresa pode estar sujeita a processos judiciais.