Nadir impede trabalhadores de se organizarem e chama a polícia para o Sindicato

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Na madrugada desta terça, 11, a Nadir, empresa de vidros localizada em Suzano, no interior de São Paulo, desrespeitou a lei ao promover prática antissindical, quando impediu os trabalhadores de se reunirem em assembleia na porta da fábrica. O Sindicato dos Vidreiros iria discutir as pautas da Campanha Salarial da categoria, fundamental para decidir sobre direitos e propostas de ajustes em benefícios e salários. 

Ciente da organização desta terça, que havia sido publicada em edital, a empresa passou a coagir os funcionários com ameaças e intimidações, chamando inclusive a polícia  para a porta da fábrica. 

Mesmo com as viaturas espalhadas no entorno da empresa, a direção do Sindicato chegou ao local às 4h da manhã, resistindo à opressão em curso. No entanto, os trabalhadores e as trabalhadoras não se sentiram seguros em permanecer nas ruas. 

Há alguns anos, a Nadir está entre as empresas do ramo com as piores condições de trabalho, tendo os mais baixos salários, vale-alimentação com reajustes que não acompanham a inflação e PLR desigual entre homens e mulheres. São raras as vezes que os representantes da companhia aceitam se reunir com o Sindicato e, quando o fazem, é somente para comunicar sobre decisões que já tomaram. 

O Brasil é signatário de tratados internacionais que dão garantias aos trabalhadores de se organizarem em sindicatos, representantes legais de seus direitos. Dessa forma, as empresas não podem promover ações que impeçam filiações, assembleias e até mesmo greve de funcionários em acordo com o Sindicato. Se ocorrer impedimento, como no caso da Nadir, a empresa pode estar sujeita a processos judiciais. 

 
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Baixe e compartilhe o jornal da CUT-SP sobre as eleições 2022

Publicação virtual pode ajudar eleitores na escolha dos candidatos e candidatas

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Para ajudar os trabalhadores e as trabalhadoras a decidir sobre o voto nas eleições de 2022, a CUT-SP lança uma publicação virtual que discute alguns dos grandes problemas que ocorrem no país nos últimos anos.

A publicação chama à atenção ao fato de que é preciso escolher bem os candidatos e candidatas ao Congresso Nacional e à Assembleia Legislativa estadual, pois são eles e elas que darão sustentação aos governos que se elegerem.

O jornal traz textos sobre os retrocessos na Câmara dos Deputados, como a reforma Trabalhista, a reforma da Previdência e o Teto de Gastos. Também há conteúdos relacionados às novas regras para votação, estabelecidas pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral).

Clique aqui para fazer o download, enviar por e-mail ou compartilhar o jornal nas redes sociais.

Campanha Salarial: Participem da assembleia geral dos Vidreiros, que será neste domingo, dia 16

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A categoria vidreira do Estado de São Paulo tem um compromisso no próximo domingo, 16 de outubro: discutir e encaminhar para aprovação a pauta da Campanha Salarial 2022/2023.

A assembleia geral será realizada a partir das 9h (primeira chamada), na sede do Sindicato, localizado na Av. Rangel Pestana, 1189, no Brás, centro da capital paulista. A participação é aberta a todos os trabalhadores e trabalhadoras do ramo vidreiro.

Após aprovação da pauta, ela será encaminhada para a mesa de negociação entre o Sindicato e a representação patronal, que ocorre na Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo).

A eleição de nossas vidas!

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Em 30 de outubro, o Brasil vai às urnas escolher os próximos representantes para os cargos de governador e presidente da República.

Política tem tudo a ver com as nossas vidas. É por meio dela que são definidos o quanto vai custar o leite no supermercado e se você irá comer carne ou roer osso. Até os nossos salários e direitos sofrem impactos, pois governo e o Congresso decidem sobre isso. Lembram o que fizeram com as reformas da Previdência e a Trabalhista? Melhorou alguma coisa para você?

Então pense e pesquise bem antes de votar. Olhe em sua geladeira e compare como ela está hoje em relação a como estava antes. Está em suas mãos o futuro de São Paulo e do Brasil. E só há um projeto de defesa da classe trabalhadora.

Eleição da CIPA é coisa séria e não pode ser manipulada

PROSTETO AGC

As eleições para a escolha dos novos representantes da CIPA na ACG Vidros foram uma verdadeira bagunça e com indícios de fraudes, de acordo com os trabalhadores. Com isso, é preciso que uma nova eleição seja realizada e tenha o acompanhamento do Sindicato dos Vidreiros de São Paulo.

Na semana passada, o Sindicato encaminhou um ofício à empresa pedindo a impugnação do processo eleitoral, onde foram constatadas várias irregularidades (NR5). A entidade tentou, por várias vezes, resolver a situação de forma amigável. Na quinta-feira, 29 de setembro, houve prostestos na frente da fábrica.

ERROS

Realizadas neste mês de setembro, as eleições da CIPA (Comissão Interna de Prevenção de Acidentes) para escolher os novos representantes da gestão 2022/2023 apresentaram problemas logo no início do processo.

O Sindicato não foi comunicado da maneira correta sobre as eleições que ocorreriam na AGC. Conforme a cláusula 61 da CCT, a entidade representante da categoria precisa ser informada com antecedência sobre todo o processo eleitoral, com dados constando a data da votação e os nomes dos trabalhadores que irão concorrer.

Além disso, em outras fábricas, as eleições da CIPA são realizadas em períodos de três dias, de forma a garantir a participação de todos os trabalhadores – já que alguns estão de folga ou em escala 6x2. Na AGC, decidiram por apenas um dia.

Já na data da votação, que ocorreu em 15 de setembro, a primeira manipulação foi percebida no turno da manhã, quando um dos candidatos compareceu para votar e viu que na cédula estava errado o nome do setor onde ele trabalha. Às pressas, a Comissão Eleitoral paralisou a votação naquele horário e, sem prévia comunicação com o Sindicato, decidiu seguir com a eleição no período da tarde e remarcou para o dia seguinte, 16 de setembro, a do turno da manhã.

Já no turno da tarde, o nome e o setor do candidato que havia reclamado foram corrigidos, mas na nova cédula veio novo erro: desta vez, um outro candidato teve a foto trocada na cédula de voto. Mas, apesar disso, a Comissão Eleitoral decidiu continuar com o pleito mesmo sob protestos.

Outra grande falha aconteceu com as listas de presença, documento que os eleitores devem assinar antes e depois de depositar o voto na urna.

Muitas pessoas relataram não ter assinado a lista, impedindo a conferência dos resultados com o número real de participantes, podendo ter gerado votos duplicados, já que pessoas que votaram na tarde do dia 15 de setembro votaram novamente na manhã do dia 16, pois entenderam que tudo foi iniciado do zero. A própria Comissão Eleitoral estava confusa e não sabia orientar ou explicar a situação.

Também foram vistas, em alguns horários, algumas urnas sem ninguém para vigiá-las.

Por fim, no momento da apuração, como era de se esperar, os dois candidatos prejudicados não receberam votos suficientes para compor a nova gestão da CIPA.

Diante de todas essas denúncias recebidas, a ACG tem o dever de cancelar o processo realizado e convocar novas eleições, de forma a garantir a isonomia e a transparência desse processo.

AGC VIDROS

ACIDENTES

A CIPA é uma ferramenta importante de apoio aos trabalhadores, pois tem o objetivo de fiscalizar e prevenir situações que coloquem a vida dos funcionários em risco.

A ACG Vidros tem histórico de acidentes de trabalho, portanto, a CIPA é um instrumento que deve ser fortalecido dentro da fábrica. Nos últimos anos, houve vários afastamentos relacionados a questões de segurança e periculosidade. No entanto, apesar de ter aumentado o número de trabalhadores e de trabalhadoras na empresa, a AGC resolveu reduzir o quadro da CIPA, de 13 membros para 10. Para o Sindicato, isso representa um enorme retrocesso, pois a redução da fiscalização coloca a segurança em risco.

Para driblar a inflação, vidreiros iniciam luta por aumento real nos salários

Neste ano, a Campanha Salarial da categoria no Estado de São Paulo terá início em 1º de setembro; antecipação ocorre por conta da Copa do Mundo

Campanha Salarial 2022

A Campanha Salarial do Sindicato dos Vidreiros de São Paulo terá início mais cedo neste ano. A luta por reajuste salarial e trabalho decente começa em setembro com assembleias nas portas das principais fábricas do setor. A data-base da categoria é em dezembro, mas por conta da Copa do Mundo, que será no fim do ano e irá alterar horários e rotinas em algumas empresas, a negociação junto aos empresários foi antecipada.

A luta por uma Convenção Coletiva forte é importante, pois é ela que orienta e assegura os direitos da categoria ao longo do ano. O documento da categoria vidreira, composto por 68 cláusulas, inclui o reajuste salarial, os benefícios e as formas de relacionamento entre a empresa e o conjunto dos trabalhadores.

Em 2022, com o aumento do custo de vida, o foco será a luta por um aumento de salário que garanta o mínimo de dignidade. Tá tudo caro e os trabalhadores e as trabalhadoras estão usando até cartão de crédito para parcelar a comida, enquanto que as empresas apresentam cada vez mais lucros.

Fiquem atentos e atentas às convocações do Sindicato e participem das assembleias na porta da sua fábrica. Quanto mais unida e forte estiver a categoria, mais direitos serão conquistados durante as negociações com o sindicato dos patrões! Bora pra luta!

Empresas do setor só lucraram

Segundo informações da ABRAVIDRO (Associação Brasileira de Distribuidores e Processadores de Vidro Plano), o faturamento das empresas de vidros subiu 21,5% com relação ao ano de 2020. Os empresários também demonstraram otimismo com relação ao aumento das receitas: 61% manifestaram uma expectativa positiva de aumento de rendimentos para o ano de 2022.

O emprego nacional do vidro também apresentou aumento, de 3,5%. Em São Paulo, há tendência contínua de aumento. O emprego do segmento paulista chegou ao total de 54 mil trabalhadores entre vidreiros e ceramistas.

Diante deste cenário, é necessário que os ganhos da produção sejam compartilhados com os trabalhadores vidreiros. Por meio dos balanços positivos das empresas, sabemos que a maioria delas tem capacidade de entregar reposições salariais e até ganhos reais salariais à categoria.

Inflação

Apesar do momento de bonança aos patrões, o salário do trabalhador e da trabalhadora desvalorizou nos últimos anos. Muitos estão se endividando para poder garantir a alimentação e pagar contas como as de aluguel, água, luz, gás e internet.

A inflação acumulada em 12 meses teve considerável flutuação. Em abril deste ano, chegou ao patamar de 12,5% medido pelo INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) do IBGE, que aponta a média de preços de itens básicos de consumo. O índice acumulado de julho de 2022 está em 10,12%.

Os preços de alimentos têm sido os responsáveis pela maior parte da alta da inflação. A alimentação, em geral, subiu 14,6% nos últimos 12 meses, o que tem prejudicado a manutenção básica das famílias.

De acordo com dados do DIEESE (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), a cesta básica em São Paulo subiu 19% nos últimos 12 meses. As frutas e legumes têm apresentado a maior subida. O mamão, por exemplo, dobrou de preço no período e o melão subiu 84% em média. Cebola, batata e leite tiveram aumento de cerca de 70% em 12 meses.

Os aumentos consecutivos nos preços da alimentação deixam o povo de menor renda com dificuldades de manter o padrão de comida, aumentando o cenário de fome e de insegurança alimentar. Os alimentos têm subido acima dos preços do resto da economia e os salários não acompanham isso, fazendo com que as pessoas troquem marcas de produtos pelas de menor valor ou deixem de consumir o que pesa mais no bolso. Carne, por exemplo, virou alimento de luxo ou para os dias de festa.

Nas últimas semanas, o governo fez uma forte intervenção na agenda econômica do país, forçando a queda de preços (que antes dizia não ser possível) e criando uma falsa sensação de melhora. Mas não se engane! Passando as eleições, a depender da escolha da população, tudo voltará ao preço de antes.

*Com informações da Subseção do DIEESE na Federação dos trabalhadores do Ramo Químicos da CUT no Estado de São Paulo.