Feira da Reforma Agrária do MST: festa de comida saudável, arte e cultura em SP

Serão 1.500 produtos, 96 pratos típicos de 23 estados e 200 atividades culturais, com shows de Zeca Baleiro, Lenine, Jorge Aragão, Gabi Amarantos, Liniker, Jhony Hooker, de quinta a domingo, no Parque da Água B

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Após quatro anos suspensa, a Feira da Reforma Agrária, do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), volta ao Parque da Água Branca, na Barra Funda, zona oeste de São Paulo. O evento começa na quinta-feira (11) e vai até domingo (14), com farta programação cultural e mobilização de cerca de 1.200 feirantes.

A previsão é que sejam vendidas 500 toneladas de alimentos provenientes da agroecologia. Além da oferta de alimentos saudáveis dos assentamentos e acampamentos e artesanatos regionais, o movimento promoverá seminários de formação, atividades político-culturais, conferências e centenas de apresentações artísticas.

Estão programadas 200 ações culturais e shows de dezenas de artistas, com rodas de samba, grupos de maracatu, além de grandes nomes da música. Entre eles Lenine, Zeca Baleiro, Jorge Aragão, Gabi Amarantos, Larissa Luz, Liniker, Chico César, Tulipa Ruiz, Alzira Espíndola, Jhony Hooker. Como nas demais edições, a programação cultural também será gratuita e aberta ao público.

A expectativa dos organizadores é receber pelo menos 500 mil visitantes ao longo dos quatro dias. Na última edição, em 2019, havia 1.684 tipos de produtos, entre in natura e agroindustrializados.

Haverá ainda espaço dedicado aos pratos das várias regiões brasileiras – a Culinária da Terra. Trinta cozinhas servirão 96 pratos típicos de 23 estados de todas as regiões do país.

Diversidade nacional

“Queremos trazer uma diversidade ainda maior de alimentos”, afirma o dirigente nacional do setor de produção do movimento, Diego Moreira.

A quarta edição da feira interrompe um período de suspensão de quatro anos do evento. Em 2019, o então governador João Doria (PSDB) vetou a sua realização no Parque da Água Branca. A pandemia de covid-19, no ano seguinte, também impediu a realização a sua realização.

Agora a feira volta sob uma nova perspectiva política e social do país de denúncia do aumento da fome. Uma mazela, de acordo com o MST, também relacionada ao avanço do modelo de agronegócio, que exclui os pequenos agricultores, concentra terra e destrói a natureza pelo uso excessivo de agrotóxicos e desmatamento.
Prestação de contas

“Temos um problema gravíssimo no Brasil com o tema da fome. Fazer a feira, neste momento, é a sinalização de que alimento saudável também é um ato político e que tem que ser discutido com a sociedade, como a solidariedade, como a alimentação para escolas e merenda escolar”, observa o integrante da direção nacional do MST João Paulo Rodrigues.

O evento também se insere no início das celebrações dos 40 anos do MST, que serão completados em 2024. “Será uma espécie de prestação de contas do que é os 40 anos de luta, de resistência e de organização do MST, com as produções agrícolas dos assentamentos. A nossa meta é trazer mais de 1.500 itens de produtos diferenciados, de mais de 1.200 municípios onde o MST está organizado. Ou seja, será um grande ato político em defesa dos alimentos, da reforma agrária e da agroecologia”, destaca a coordenação nacional.

Apoio social

Neste sábado (6), a partir das 16h, haverá um encontro com produtores de conteúdo digital para ajudar na divulgação da Feira Nacional da Reforma Agrária do MST. A atividade contará com a participação de João Paulo Rodrigues, da direção nacional do movimento, Denilson Cadête, comunicador e idealizador do coletivo Seremos Resistência, e convidados.

O encontro será transmitido ao vivo pelo YouTube e nas redes sociais do Seremos Resistência. A atividade tem como objetivo fortalecer a defesa da produção de alimentos saudáveis e o combate à fome, a partir da democracia e da reforma agrária popular.

Conteúdo publicado no site da Rede Brasil Atual